terça-feira, 2 de novembro de 2010

Eleição para tirar o sono de Obama

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Eleição para tirar o sono de Obama
Publicado em 02.11.2010

Com favoritismo dos republicanos para alcançar a maioria na Câmara dos Representantes, o pleito de hoje será determinante para definir a cara do restante do governo e servirá de termômetro para 2012

WASHINGTON – Como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, despertará amanhã de manhã somente os travesseiros da Casa Branca e a primeira-dama Michelle Obama irão saber. A qualidade de seu sono será decidida hoje nas urnas e na madrugada da contagem dos votos que definirá a nova composição do Congresso americano e de 37 governos estaduais. Segundo as pesquisas de opinião, o cenário mais provável aponta para a perda da maioria do Partido Democrata na Câmara de Representantes e a manutenção de uma escassa vantagem do governo no Senado.
Confirmadas as previsões da sondagem Reuters/Ipsos divulgada ontem, os republicanos, atualmente de posse de 178 cadeiras na Câmara, deverão impor uma severa derrota à Casa Branca, conquistando 231 do total das 435 vagas em jogo. Além da Câmara, a eleição envolve a escolha de 37 das cem vagas no Senado.
Ontem, em entrevista à rádio WDAS-FM, da Filadélfia, Obama afirmou que os EUA se arriscam a enfrentar uma situação econômica “muito, muito difícil” no caso de vitória dos republicanos. “Poderemos enfrentar uma situação muito, mas muito difícil”, advertiu Obama, prevendo que o pleito terá “consequências durante as décadas futuras”.
“Vamos precisar de uma boa participação” a favor dos candidatos democratas porque “se os outros (republicanos) forem adiante, poderemos ter problemas para fazer este país progredir”, advertiu.
A provável nova paisagem eleitoral restringiria o campo de ações do governo e permitiria ao Partido Republicano controlar a agenda política do país. Para o analista político Michael Barone, o presidente terá que escolher o grau de transigência e de confronto a ser utilizado nas negociações políticas com a oposição. Ele prevê tentativas republicanas de rejeição da reforma da saúde já aprovada, mas vê os maiores desacordos em torno dos temas orçamentários.
Com a provável perda da maioria parlamentar, Obama deverá se concentrar em temas de política externa, uma vez que, para as questões domésticas, ficará submetido aos ditames da oposição. “É o que os presidentes nessa situação normalmente fazem”, arrisca o analista.
Barone acredita que as chances de Obama nas eleições presidenciais de 2012 ainda são bastante incertas e dependerão, em grande parte, de quem será seu principal opositor. Atualmente, a ex-governadora do Alasca Sarah Palin está em alta, devido ao ganho de popularidade obtido pelo grupo ultraconservador Tea Party, liderado por ela.
Para Stephen Wayne, especialista em política americana da Universidade Georgetown, Obama será obrigado a se reconciliar com os republicanos para levar adiante o governo. 

Fonte: Jornal do Commercio

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